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ABEL CARNEIRO

ABEL CARNEIRO

6º Presidente – 30 de dezembro de 1950 a 25 de julho de 1954

Abel Carneiro foi eleito, em 30 de dezembro de 1950, após a renúncia do Sr. Sócrates Mardocheu Diniz, em 16 de novembro, desse ano.

Foram poucos eleitores, apenas 16. O Sr. Abel Carneiro obteve 8 votos e o seu concorrente, João Luiz de Oliveira, que era vice-presidente, conseguiu 5..

As atas, referentes ao período, registradas em Livros 2 e 3, são irregulares e apontam que o Sr. Abel Carneiro presidiu seis reuniões, em 1951, sendo três de diretoria e três da Associação. No ano de 1952, foram três reuniões, sendo uma da diretoria e duas da Associação.

Na última, realizada em 14 de agosto de 1952, houve a eleição e o Sr. Abel Carneiro foi reeleito, mas não há mais notícias de sua participação, segundo os escritos.

Homem alegre, dinâmico, como Presidente da Associação Comercial, destacou-se, amparando e mantendo ativa a única Escola Técnica de Comércio, aqui existente, e que prestou bons e relevantes serviços à região.

A primeira reunião da Diretoria e do Conselho ocorreu em 8 de março de 1951, para atender solicitação do Sr. Prefeito Municipal, que pedia a desocupação da sala, onde se realizavam as reuniões da Associação. Assim, assentou-se combinar com a Diretoria do Aero Clube em ceder, a sua sede, à rua Manoel D’Abadia, no que foi bem sucedida.

Na administração do Sr. Abel Carneiro, algumas reuniões merecem ser destacadas.

Assim, aquela ocorrida em 25 de outubro de 1951, da Diretoria, em conjunto com o Conselho Deliberativo, quando recebeu a visita do Sr. Waterville Witerman, da Diretoria da Comissão Central de Preços, do Rio de Janeiro, que aqui veio com a missão de negociar a compra de feijão preto, estocado nos armazéns dos cerealistas, e sem possibilidades de serem transportados, pela carência de vagões, oferecidos pela Estrada de Ferro Goyaz.

Estando presentes os interessados o visitante ofereceu o pagamento, à vista, de Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros) por saca de feijão preto, com 60 quilos, posto em Anápolis, nos armazéns da Estação da Estrada de Ferro ou nos Armazéns das Companhias de Armazéns Gerais.

Assim, foram fechados os seguintes negócios:

Rachid Cury ………………………………………. 2.000 sacos, c/ 60 quilos

Miguel Elias ………………………………………..3.000 sacos, c/ 60 quilos

Benjamim Beze ……………………………………3.000 sacos, c/ 60 quilos

Zacarias Miguel Alves ………………………….2.500 sacos, c/ 60 quilos

Cerealista Amazonas …………………………….2.000 sacos, c/ 60 quilos

Razen Elias …………………………………………..  600 sacos, c/ 60 quilos

Jorge F. Pedreiro ………………………………….3.582 sacos, c/ 60 quilos

Jean Jaques Wirt ………………………………….1.000 sacos, c/ 60 quilos

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Total     17.682 sacos, c/ 60 quilos

 

Na reunião ocorrida em 10 de dezembro de 1951, entre os assuntos ventilados, destacam-se:

  1.  renúncia do Sr. João Luiz de Oliveira ao cargo de Vice-Presidente; que, em virtude de já haver em funcionamento legal nesta cidade a     “Associação Rural de Anápolis” resolveram os presentes, por unanimidade, que a ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, INDUSTRIAL E AGRO-PECUÁRIA DE ANÁPOLIS passaria, desta data em diante, a se denominar ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE ANÁPOLIS.
  2. Foi escolhido o Sr. Eduardo Chehab para substituir o Sr. João Luiz de Oliveira na Vice-Presidência da Associação.

Na última reunião, presidida pelo Sr. Abel Carneiro, ocorrida em 8 de maio de 1952, foram tomadas providências importantes para amparar, socorrer a única Escola Técnica de Comércio, em funcionamento em Anápolis, sob a responsabilidade do Instituto Grambery, sediado em Pires do Rio.

Firmou-se, nessa reunião, que o Presidente da Associação Comercial de Anápolis, entrou em entendimento com esse Instituto e assumiu a propriedade da Escola, com todas as responsabilidades inerentes.

Garantiu-se que a Escola continuaria funcionando no antigo prédio do Ginásio Couto Magalhães, mediante o pagamento de Cr$ 2.500,00, de aluguéis, por ano.

Decidiu-se, então que foi oferecida a direção da Escola ao advogado Dr. Ursulino Tavares Leão, que aceitou a responsabilidade, mediante remuneração possível que lhe fosse dada.

Anunciou o Presidente já ter providenciado as contribuições, específicas, em dinheiro, oferecidas pelos seguintes beneméritos:

01 –SENAC………………………………………………………………………  Cr$ 45.000,00

02 – Prefeitura Municipal de Anápolis ……………………………………Cr$ 24.000,00

03 – Jonas Ferreira Alves Duarte ……………………………………………Cr$  2.400,00

04 – João Beze …………………………………………………………………….Cr$  1.200,00

05 – Dr. Mário Evaristo de Oliveira ………………………………………..Cr$  1.200,00

06 – Cia. Goiana de Armazéns Gerais ……………………………………. Cr$  1.200,00

07 – Barbahan Helou ……………………………………………………………Cr$  1.200,00

08 – Cia. Brasil Central de Armazéns Gerais…………………………….Cr$  1.200,00

09 – João José da Silva …………………………………………………………Cr$  1.200,00

10 – Calixto Daguer ……………………………………………………………..Cr$  1.200,00

11 – Berocan S.A …………………………………………………………………Cr$  1.200,00

12 – Cardoso & Irmão …………………………………………………………..Cr$  1.200,00

13 – José Abdalla …………………………………………………………………Cr$  1.200,00

 

A  ESCOLA  DO  SENAI  GO – l

 A Escola do Senai Go-1 foi o primeiro Centro de Formação Profissional, instalada no Estado de Goiás, precisamente em Anápolis, inaugurada no dia 09 de março do ano de 1952.

Pouca gente sabe ou conhece as razões de tão importante acontecimento na vida da nossa cidade.

É uma instituição pioneira, criada e desenvolvida por um adventício, imigrante, suíço, ROBERTO MANGE, que chegou ao Brasil com a idade de 28 anos.

Ocupou-se e preocupou-se, genialmente, com a formação de mão de obra, de operários capacitados, como peças mais importantes no desenvolvimento da nascente indústria brasileira.

Antes, mesmo, que fosse criado o Departamento Regional do Senai Goiás, surgiu a unidade de Anápolis, subordinada à Delegacia Regional de São Paulo. De início ministrava os cursos de mecânico serralheiro, carpinteiro e pedreiro.

O fato, concreto, de se instalar a 1ª Escola do Senai, em Anápolis, e não na capital ou em outro lugar, não foi tanto pela sonhada vocação industrial da nossa gente, então, em grande parte, ocupada “com a mentalidade da pilha de arroz”, na expressão do grande tributo e eloqüente orador, Senador e Ministro Alfredo Nasser.

Foi, sim, a amizade existente entre o Dr. Roberto Mange, de São Paulo, com o nosso saudoso, querido e dinâmico obreiro, Dr. Plácido de Campos e com o empenho do Arcebispo, Don Emanuel Gomes de Oliveira, que conseguiu oficializar o primeiro Ginásio de Anápolis, o GAMA-Ginásio Arquidiocesano municipal de Anápolis,  que provocaram a vinda do SENAI.

No início da década de quarenta o Dr. Plácido ocupava a Presidência da Câmara Municipal e era o idealizador do moderno Bairro Jundiaí, que, em sociedade com os seus amigos, Jonas Ferreira Alves Duarte e José Cândido Louza presentearam Anápolis com o mais bonito Bairro, que surgiu, ultrapassando as barreiras impostas pelo Ribeirão das Antas.

É bom lembrar que foi o Dr. Plácido que buscou em São Paulo o Dr. Toledo, urbanista, que desenhou a nova cidade, ocupando os pastos, antigos, dos senhores Odorico Silva Leão, de Joaquim Pinto e de seu irmão Antônio Pinto.

Para implantação e ocupação da vasta área, desenhada, embora sem infraestrutura de canalização de águas pluviais, esgotos sanitários, calçamentos, asfalto, meios-fios, foram doados terrenos na parte sul, no chamado bairro popular, ruas 1, 2 e 3, àqueles que quisessem e pudessem ali construir.

Certo é que a planta original do Bairro Jundiaí elaborada pelo Dr. Toledo, sofreu mutilações, que muito prejudicaram a feição do conjunto. Muitas praças foram cedidas para organizações, colégios, inclusive a que é ocupada pela Santa Casa de Misericórdia.

Mas, voltando ao assunto, básico, a Escola do SENAI Go-1, passou a denominar-se Centro de Formação Profissional Roberto Mange.

O SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI foi criado, por Lei, em 1942, iniciando as suas atividades no ano seguinte. no Rio de Janeiro.

É uma organização administrada, dirigida e custeada retamente pela indústria, sem auxílio financeiro governamental, funcionando dentro das normas gerais, fixadas em lei, e com uma rede própria de ESCOLAS DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL.

Como órgão central funciona em Brasília o Departamento Nacional do SENAI, intimamente ligado à Confederação Nacional da Indústria, CNI.

Ao tempo da instalação da Escola do SENAI Go-1, nesta cidade, o Dr. Plácido de Campos, além da sua posição política, Vereador mais votado, Presidente da Câmara Municipal, era, também, operoso sócio ativo da Associação Comercial de Anápolis, tendo presidido várias reuniões e ocupado cargo de relevo em sua Diretoria.

Com as credenciais da entidade representativa dos comerciantes e com o seu prestígio pessoal, mercê da sólida e benfazeja amizade que mantinha com o Engenheiro Dr. Roberto Mange, em São Paulo, onde ia, com frequência, por exigência de negócios, e, com a cooperação efetiva do nosso Arcebispo, Don Emanuel Gomes de Oliveira, cognominado “Arcebispo da Educação”, foi que a abençoada Escola chegou até aqui. Foi-lhe doado o terreno no recém-lançado Bairro Sant’Ana, logo abaixo da linha férrea, complemento do anterior, o bonito e amplo Jundiaí. A área oferecida e escriturada tornou-se, logo mais, insuficiente, exigindo a sua ampliação, que aconteceu, com várias aquisições. Hoje o conjunto se assenta em 16.000 metros construídos e mais 6.000 em áreas de recreio e esportivas, fator esse que garantiu à entidade tornar-se a conceituada FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI ROBERTO MANGE, elevada à nova categoria, integrante do Ensino Superior, a partir de 2004, com ênfase na área de processos químicos, mercê do polo farmacêutico instalado no DAIA.

Na atualidade destaca-se com o empenho no aprimoramento e preparo de jovens e adultos, capacitando-os para as missões de técnicos especializados nas montagens de veículos, como no avanço nos campos da educação profissional, aperfeiçoamento, especialização, informação tecnológica, assessoramento técnico e tecnológico. Ainda, seguimentos em hidráulica, mobiliário, vestuário, metalurgia, química industrial, pneumática, construção civil, desenho técnico, automobilística, eletrônica, mecânica de manutenção industrial, saúde e segurança do trabalho.

Nos seis primeiros anos a Escola teve como seu Diretor o Professor Arí Azevedo, substituído pelo Professor Mário de Oliveira, formado na própria unidade de ensino. Posteriormente, também dirigiram a operosa escola profissionalizante os Professores João Francisco da Silva Mendes e José Fernandes Sobrinho.

É bom lembrar que a Escola do SENAI Go-1 funcionou isolada, em Goiás, até o ano de 1967, quando a segunda foi inaugurada em Goiânia. Até hoje, desde a sua fundação, 150.000 alunos, procedentes de várias partes do Estado, passaram pela escola.

E, quem se der aos cuidados de visitar o magnífico complexo arquitetônico, onde funcionam vários cursos e oficinas, ficará maravilhado e, por certo, há de proclamar, GLÓRIA ETERNA aos abençoados obreiros, Dr. Plácido de Campos, ao Senhor Arcebispo Don Emanuel Gomes de Oliveira e seu grande amigo, Engenheiro, Dr. Roberto Mange.

Atualmente a Faculdade é dirigida por Aroldo dos Reis Nogueira, que empresta à escola energia e eficiência na condição de parceira e cooperadora no desenvolvimento cultural e industrial de Anápolis, preprarando mão de obra especializada para vários setores da cadeia produtiva.

Escola SENAI Roberto Mange, inaugurada em 09 de março de 1952.