CARLOS DE PINA
2º Presidente – 27 de maio de 1936 a 30 de junho de 1943
Carlos de Pina, nascido em Pirenópolis veio para Anápolis na companhia de seus irmãos Antônio Luiz de Pina, Achilles de Pina e Agostinho, estabeleceram a casa comercial “Rainha da Barateza” que se tornou uma das mais importantes na vida de Anapolis desde 1910.
Carlos de Pina foi Prefeito Municipal de Anápolis, eleito, por duas vezes, em disputa em pleitos eleitorais, e cumpriu os mandados com a realização de muitas obras, que ainda permanecem.
Á frente da Associação Comercial, padeceu com a situação política, agravada com a crise de 1937 que culminou com o golpe de Estado de 10 de novembro, e com e eclosão da 2º guerra. Tanto assim, que as reuniões mais importantes, da Associação, em seu governo, tornaram se possíveis porque presididas pelo Prefeito, policiadas pelo Promotor de justiça e, também pelo Delegado de Polícia.
Teve, contra a sua gestão, a situação anômala que envolveu o país, com a implantação do chamado Estado Novo, de Getúlio Vargas, que proibiu as reuniões de associações, igrejas, maçonaria e ajuntamentos coletivos. Mesmo assim, atuou na defesa dos comerciantes, sobretudo na questão da obtenção de vagões para transporte de cereais, que ficavam aqui paralisados.
Ocupou outros cargos na Associação e presidiu reuniões, posteriores. For, sempre, um colaborador eficiente gentil, serviçal, a quem Anápolis muito deve por seu trabalho e dedicação.
Carlos de Pina foi exemplo de cidadania que honrou e dignificou Anápolis.
Alguns fatos importantes podemos extrair das atas do período relativo a presidência de Carlos de Pina, como a que relata que em 22 de junho, reuniu-se extraordinariamente a Diretoria, e dentre os assuntos discutidos, de interesse organizacional destacou se a proposta do SOCIO Miguel Pedreiro, para se oficiar ao Sr. Dr. Nero Macedo Júnior, congratulando se com a sua nomeação para o cargo de Executivo do Conselho do Departamento do Café.
Reunindo se em três de julho por proposta do sócio Miguel
Pedreiro foi enviado ofício ao Banco comércio e indústria de Minas Gerais, solicitando de sua Diretoria a instalação de uma agência em Anápolis
Na Ata de 1° de agosto, esta registrado o empenho da Associação em obter do Sr. Diretor da Estrada de Ferro Goras mais vagões, para facilitar o escoamento da produção agrícola, que se concentrava em Anápolis. E na reunião do dia 17 desse mês, por proposta do SOCIO Achilles de Pina decidiu se enviar ofícios ao Sr. Governador do Estado aos Senadores por Goiás Nero Macedo e Mário Caiado, aos Deputados Vicente Miguel da Silva Alves, Dr. Claro de Godoi e Dr. Laudelino Gomes solicitando suas intervenções junto a diretoria do Banco do Brasil para se transferir a Agencia da cidade de Ipameri para Anápolis, porque “ela estava em declínio.” Foi aceita a proposta do sócio Juvenal Campos Amaral para instalação de uma biblioteca na Associação, mediante cooperação de todos os sócios.
Reunindo se, regularmente, no dia 1° de setembro, entre os assuntos discutidos ficou resolvida a questão do pagamento das taxas devidas pela Associação Comercial de Anápolis a Associação comercial de São Paulo, da qual se tornara sócia efetiva. Bem assim, a substituição do 2° Secretario, Calixto José Feres, pelo sócio Jorge Salomão. Discutiu-se se também um abaixo assinado enviado à apreciação da Diretoria, sobre se proibir a venda a domicílio, de produtos agrícolas, que alguns lavradores operavam sem pagamento de impostos e contrariando interesses dos comerciantes varejistas estabelecidos. Também, remetendo ofício ao Secretário da Fazenda Estadual, pedindo instruções sobre a pretendida ação do fisco estadual, em exigir a aplicação do Selo de Caridade, no livro Vendas à vista, esta não prevista em regulamento. Nessa reunião ainda foi aprovado contratar um funcionário para cuidar dos documentos e arquivos da Associação, recaindo a admissão na pessoa do Sr. João Macedo. Ainda, por estar a sede do Clube Lítero-Recreativo Anapolino em fase de reforma, deliberou-se oficiar à sua Diretoria a entrega das chaves e a declinação de uso do imóvel, para as futuras reuniões.
Assim, sem um lugar determinado para a realização das reuniões a Associação entrou num período de recesso, só vindo a se reunir outra vez no dia 1 de novembro, em local não identificado. Discutiu-se aí a questão das cotas do produto a que estavam obrigados os exportadores de café, compelidos a entregarem ao governo, para serem queimadas. Nessa ocasião, o sócio Miguel Pedreiro congratulou-se com o sócio Achilles de Pina, por ter conseguido baixar o percentual dessa cota de sacrifício.
Em função dos acontecimentos políticos que agitavam a nação, o certo é que houve uma interrupção nas atividades da Associação Comercial. Havendo um período de expectativa tumultuado pela influência das obras da construção de Goiânia, culminando com o golpe de estado, ocorrido em dez de novembro de 1937.