ALEXIS SALOMÃO
16° Presidente
19 de janeiro de 1969 a 06 de fevereiro de 1971
Em 19 de janeiro de 1969, realizou- se a eleição para a escolha dos novos diretores da Associação Comercial de Anápolis, no Biênio 1969 – 1970, obtendo-se o seguinte resultado:
Presidente: DR. ALEXIS SALOMÃO
Vice-Presidente: SULTAN FALLUH
1º Secretário: Nelson de Abreu
2º Secretário: Waldir de Carvalho
1º Tesoureiro: Rizek Mikail Hajjar
2º Tesoureiro: José El Haje
Diretores:
Elias Zac Zac, Jorge Miguel Elias, Ruy Abdalla
Conselho Consultivo:
Abdias Alves Rocha – Halim Helou – Mounir Naoum – José Epaminondas Costa – Wilmar de Oliveira Cavalcanti – Amauri Martins de Melo – Agenor Macedo – Haikal Helou – Alberto Vilardo e José Luiz Cividanes.
A posse dessa Diretoria em 14 de Fevereiro de 1969 foi solene e festiva. Contou com as presenças dos Senhores Dr. Nilton Rufino de Lima, do clube de Diretores Lojistas de Goiás; Dr. Wilton Honorato Rodrigues, Presidente da Federação das Associações Comerciais de Goiás; Dr. Joaquim Leite Juiz de Direto; Dr. Ursulino Leão, Deputado Estadual; Dr. Raul Balduino de Souza, Prefeito Municipal de Anápolis; Presidentes de Sindicatos, Loja Maçônica, Rotary e Lions, todos manifestando votos de êxito aos novos Diretores da Associação Comercial.
Essa Diretoria, operosa, realizou 29 reuniões, no ano de 1969 e 25 outras no ano seguinte, 1970, sendo presidida pelo Vice- Presidente Sultan Falluh,
Foi na administração do Dr. Alexis Salomão que os Cerealista de Anápolis padeceram as maiores arbitrariedades aqui praticado pelos agentes do fisco estadual.
Estando em vigência a lei do Estado, nº 7.061, de 08 de agosto de 1968, que permitia a participação dos fiscais em 50% das multas por eles aplicadas, com a regalia de poderem receber, de imediato, o produto, diretamente, dos autuados, e mais 25% ficavam em depósito, num fundo para distribuição entre todos os outros fiscais e apenas 25% cabia ao Estado. Os resultados foram danosos.
A aplicação dessa lei provocou no meio dos cerealistas e do comércio de Anápolis o verdadeiro terror. Foram presos, arbitrariamente, sem culpa formada, sem processo, sem ordem judicial, por deliberação, apenas, dos agentes fiscais, que se serviam da pressão de policiais, muitos cerealistas, comerciantes, corretores, carroceiros e gente de bem.
Esse absurdo, esse abuso somente acabou com a Emenda Constitucional de outubro de 1969, que aboliu a participação de funcionário público nas rendas da União, dos Estados e dos Municípios.
Fato curioso é que a fiscalização, ávida e injusta, considerava imprestáveis os talões de recolhimento de impostos incidentes sobre cereais, vindos dos Estados do Pará e do Maranhão, para classificar os produtos como do Estado de Goiás, e, por isso, cobravam impostos indevidos. Verdadeiros assaltos, oficializados, e olvidados pelas autoridades.
Associação Comercial tomou a defesa de seus associados e promoveu protestos, campanhas e ações, no Judiciário, até que se viu compensada com aquela emenda proibitiva, infelizmente não repetida na atual Constituição vigente.
Em março de 1969 foi inaugurada a indústria de plásticos do Sr José Marreto (Inapla).
Mais, a tônica constante foi a preocupação em se construir a sede própria para a Associação, já que possuía o terreno, desde 3 de março de 1959, quando foi adquirido, na gestão do Presidente Jiban El Haje, ao casal Salim Caied e sua mulher, Anija Bittar.
Conseguiu, o Dr. Alexis o projeto com o seu sobrinho, Dr. Jorge Salomão Filho, e diligenciou a obtenção de recursos.
Assinalam as atas que se obteve, da Prefeitura Municipal, por empréstimo: 20m3 de pedra britada; 3,0 metros de tábua de pinho; 12,46m de vigotas; 7×14 de agulhas de ferro; 3 pares de luvas; 6 picaretas; 6 enxadas; 1 cavadeira; 4 alavancas; 1 enxadão, usado; 5 enxadões novos; 2 manetas grandes; 1 maneta pequena; 2 mesas; 3 bancos; 1 carretilha com 25 metros de corda; 1 vibrador, sem mangote; 4 caibros, 8×8; 200 táboas de 4,5m; 2 tambores; 1 mesa planceta; 1 chapa de dobrar ferro; 1 champlão de 4mts o rolo compactador; 6 pás; 1 mangueira de nível; 1 peneira; 2 talhadeiras; 1 ponteiro; 1 torquês, 2 caixotes para lixo; 4 pés de cabras; 1 torneira ¾; 3 carrinhos de mão; 5 baldes; 1 lata e 1 torneira, e mais 8.880 quilos de ferro redondo.
Foram admitidos, no período de gestão do Dr. Alexis os seguintes sócios novos; assinalados em atas:
1- Banco de Minas Gerais S.A.
2- Banco da Bahia S.A.
3- Banco do Estado de Goiás S.A.
4- Cereais Moura
5- Chapéus Planalto Ltda
6- Fábrica de Calçados Kosmos Ltda
7- Hospital São Zacarias Ltda
8- Amador Gomes de Faria
9 – Predial, Comércio de Ferragens Ltda
10- Coletivo Anápolis Ltda
Quando estava acesa a ação fiscal, tumultuando a vida dos comerciantes de Anápolis, surgiu um movimento tendente a pleitear a anexação do Município ao Distrito Federal. Apareceram faixas em várias ruas centrais, que motivou a ação da polícia, retirando-as.
O Dr. Alexis Salomão, filho do Sr Jad Salomão e de dona Catarina Badro Salomão, chegou a Anápolis, na década de trinta e atuou expontânea e eficientemente, em muitos empreendimentos.
Advogado competente lecionou no Ginásio Arquidiocesano Municipal. Foi comerciante, gerente da filial de Anderson Clayton, que comerciava com algodão.
Foi um dos desbravadores do Rio Araguáia, onde manteve uma vasta fazenda, beneficiada com estradas por ele construidas e por benfeitorias nunca vistas na região.
Homem culto, extremamente educado, revelou-se como grande orador e muito ajudou Anápolis em seu desenvolvimento. Residiu, com a familia, em casa própria, que construiu à rua Padre dos Anjos, no bairro Jundiaí.
A sua atuação como Presidente da Associação Comercial de Anápolis foi valiosa e inaugurou um período de otimismo e de realizações, que projetou a entidade no cenário nacional, facilitando as ações dos que o sucederam.
Merece um voto de louvor por seu trabalho, guiado por uma inteligência privilegiada.